|BOM DIA, MEU POVO! ›»

Racismo e impunidade

O caso de racismo registrado no dia 13 de junho no Ginásio Vô Lucato, em Limeira-SP, durante o jogo de basquete entre São Leopoldo Mandic Limeira Basket e São Caetano pela Copa São Paulo de Basquete segue sem um autor identificado e sem que providências mais rígidas tenham sido tomadas pelas autoridades competentes. Pior, tudo leva a crer que colocarão ainda mais panos quentes do que já foi colocado na ocorrência.
A acusação de racismo, grave e que merece, além de punição exemplar (por parte das autoridades e da Federação Paulista de Basquete), um posicionamento firme das partes envolvidas (as duas equipes e, principalmente, da federação que se calou sobre o assunto) será mais um, entre tantos, que passará impune?
Em um momento onde o mundo do esporte discute como combater os atos de racismo dentro de estádios (e ginásios), Limeira parece caminhar na contramão. Não fosse pela cobrança – legítima – de entidades como o Comicin (Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro), o caso já teria sido esquecido. Uma representação no Ministério Público também foi protocolada pelo conselho, segundo sua presidente, Ewelyng Amaral, afirmou ao programa Cidadania Ação.
Agora, chama a atenção uma postura, no mínimo, omissa, da Câmara de Vereadores de Limeira, principalmente, da Comissão de Esporte e Lazer – onde um dos membros, o vereador Waguinho da Santa Luzia (Progressistas), é um homem preto. Após o tema ser pauta de um debate acalorado na sessão da semana seguinte ao incidente, os vereadores não tocaram mais no assunto nas sessões seguintes.
Eu até entendo o silêncio sobre o tema por parte da Federação Paulista de Basquete, que já teve o nome ligado a escândalos de corrupção em um passado recente, da Câmara de Limeira, não.