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Limeira,18/07/2025

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Murilo deve igualar número de comissionados de Botion em novo projeto

Proposta a ser apreciada pelo legislativo em regime de urgência retoma patamar de 352 cargos de livre nomeação


Murilo deve igualar número de comissionados de Botion em novo projeto
Prefeito eleito Murilo Félix e Mario Botion, durante anúncio da transição de governo em outubro de 2024 (Foto: Imprensa / PML)

O prefeito Murilo Félix (Podemos) encaminhou à Câmara Municipal de Limeira para apreciação nesta segunda-feira, 14, um novo projeto de lei complementar que modifica a estrutura administrativa da prefeitura municipal. Agora, a previsão é de que o número de cargos em comissão seja de 352, igualando seu antecessor, Mario Botion (PSD). A mudança impactará em um acréscimo de R$ 2.2 milhões anuais na atual folha de pagamento.


Com a nova proposta a ser analisada pelo parlamento municipal em regime de urgência especial - nessa que será a última sessão ordinária antes do recesso parlamentar de julho - a previsão é de que suba agora para 538 o total de cargos de livre nomeação: além dos comissionados, serão 186 funções gratificadas. 


Na época de Botion, eram 270 essas atribuições concedidas a servidores públicos para o exercício de atividades que demandam responsabilidades adicionais além daquelas oriundas do cargo efetivo. Com a equiparação das nomeações em comissão ao status anterior à nova administração, percebe-se que apenas o funcionalismo público de carreira será afetado com as pretensões da nova gestão em reduzir o número de cargos



Provável motivo

A nova mudança no quadro de comissionados e também nas funções gratificadas se deve, em partes, para conseguir atender a demanda das novas secretarias criadas e que, inicialmente, não sofreram aporte de novos cargos. Na reestruturação aprovada em maio, cinco novas secretarias municipais foram criadas após o desmembramento de outras pastas: Agronegócios e Áreas Rurais; Proteção Animal; Tecnologia e Gestão Eficiente; Turismo e Eventos; Valorização e Preparação para o Trabalho. Assim, o total de pastas passou de 18 para 21 na gestão de Félix.


Além disso, nos bastidores há informações quanto a necessidade de atender as indicações de parlamentares para correligionários e apoiadores dos mandatos e campanhas em ocuparem postos de trabalho na administração municipal. Com a atual formatação no quadro de funcionários, não havia espaço para cessão de novas nomeações e, consequentemente, estabelecer novas alianças entre executivo e legislativo.


Entendimento

O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento quanto aos requisitos constitucionais para a criação de cargos em comissão: no Tema 1010, estabeleceu que tais cargos só podem ser criados para funções de direção, chefia e assessoramento, e não para atividades burocráticas, técnicas ou operacionais. Além disso, a criação deve ter relação de confiança com a autoridade nomeante, guardar proporcionalidade com a necessidade e ter atribuições claramente definidas em lei.


A mudança realizada este ano se deu, primeiramente, em razão de uma determinação judicia com base nessa decisão do STFl: uma Ação Direta de Inconstitucionalidade apontava que havia desconformidades em partes da Lei Complementar 880/21 - a última reforma realizada por Botion - em especial aos cargos em comissão e em função de confiança. Além disso, manifestações da Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo e do Tribunal de Contas também apontaram para essa discrepância na atribuição de alguns cargos, em afronta aos princípios constitucionais.


A prefeitura, então, apresentou este ano três projetos de lei complementar até ter a atual formação aprovada e que será modificada agora com o quarto projeto nesse sentido.


Histórico

O primeiro projeto de Murilo foi apresentado no dia 23 de abril, mas acabou não sendo recebido pela Mesa Diretora após o Executivo indicar que iria apresentar uma nova redação para adequar erros, inconstitucionalidades e readequações no número de cargos - o que acabou sendo feito no dia 28 do mesmo mês. Após novos apontamentos de erros a serem sanados e novo aumento de funções, houve nova retirada e a última proposta foi protocolada no dia 5 de maio, quando foi apreciada em regime de urgência especial.


Na primeira redação, eram previstos 313 cargos em comissão e 181 funções gratificadas, totalizando 494. Na segunda versão, subiu para 497; na redação aprovada e que entrou em vigor no dia 9 de maio e com efeitos retroativos ao primeiro dia daquele mês, subiu para 331 comissionados e 183 funções gratificadas (totalizando 514 nomeações possíveis).


Quanto aos valores: na gestão passada, os 622 cargos geravam um custo bruto de R$5.241 milhões mensais. Com a atual estrutura, o valor previsto ficou em R$3.812 milhões. Agora, com a futura reposição dos novos comissionados, o custo passará a R$4 milhões com as 538 possíveis nomeações assim que a nova lei for aprovada.


A previsão de redução orçamentária também sofrerá um revés: enquanto com a atual configuração havia uma expectativa de economia anual na ordem de R$17.1 milhões, agora será de R$14.9 milhões em relação à gestão de Botion.


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